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Severo caso de diletantismo

Ano após ano, aumentava a suspeita de que algo não estava bem. O diagnóstico chegou mais cedo do que tarde. Este site chegou mais tarde do que cedo.

Nasci comunicador, falador. Sou assim desde que me lembro. Talvez por isso tenha contactado cedo com notícias. Não me recordo da primeira que escrevi. Mas, até onde quer que recue, lá a encontro: no jornal de parede que afixava todas as semanas, nos inúmeros sites de tudo e mais alguma coisa que lancei, nas webradios e blogues que fui criando ao longo da segunda metade da década de 2000, entre muitas outras aventuras.

Os projetos foram tantos que, a dada altura, um amigo fez-me o diagnóstico: padeço de um severo caso de diletantismo.

Talvez não tenhamos a mesma definição de “diletante”. O dicionário remete para alguém que “é entendedor ou apaixonado de uma arte, ou a ela se dedica por gosto”. Cresci a assumir algo bem diferente: que ser diletante é começar tudo e deixar coisas a meio. Agora, assumo ambos.

Adiante. Fui sempre assim e a tendência manteve-se mesmo a partir de 2010, embora algumas desses projetos tenham conquistado espaço e nome. É o caso da Tomar TV, que fundei com um grupo de amigos em 2013. Liderei-a, com uma equipa de sonho, durante cerca de cinco anos. Fez-me viver momentos maravilhosos que jamais esquecerei, assim como provar do forte impacto que ser empreendedor pode ter no corpo.

Tanto quanto sei, a Tomar TV é ativa hoje. Mas é no ECO, um jornal de economia, que mais tenho investido o meu tempo. Lançado no último trimestre de 2016, estive entre a equipa fundadora. É nele que cresço e que escrevo. Demasiadas vezes até que me doam os dedos.

Devo dizer que nunca me faltou plataforma. Por isso, admito: perguntar-me-à, caro leitor ou leitora, qual a razão para criar este site.

A primeira é totalmente egocêntrica. Este é um espaço onde pretendo expor muito do que considero ser o meu melhor trabalho. Ser jornalista digital tem certamente os seus benefícios. Contudo, a efemeridade do conteúdo é um problema real. Angustiante, até. Ao contrário do que a sabedoria popular nos ensina, nem tudo o que se põe na internet fica para sempre na internet.

A segunda razão é sistémica — nunca foi tão fácil criar uma plataforma. É como um veículo que espalha ideias pelo mundo. E isso sempre me fascinou. Na primeira ocasião em que saí de Portugal, visitei um texto meu através da internet em Bruxelas, como que para comprovar a mim mesmo o caráter global dessa coisa a que chamavam de Blogosfera. Ter o próprio espaço na internet não é novo, mas agora é mais fácil e gera menos dores de cabeça.

Resumindo

Este site é uma conjugação de fatores que resultam da minha vontade, uma vontade de longa data. A primeira vez que registei este domínio foi em 2012.

Através dele, o meu currículo e portefólio chegaram ao Observador, a primeira casa de Jornalismo que me acolheu em 2015. Nele, tentei também, há vários anos, lançar um projeto semelhante a este, somente para ver todo o conteúdo desaparecer em instantes, de forma inexplicável, após duros dias de trabalho. Este domínio é, por isso, e verdadeiramente, o meu real estate digital.

Capitular foi o título escolhido para este blogue, que tem um portefólio à mistura, pois remete para a minha obsessão com a qualidade e aspeto dos textos. Assumidamente, detesto viúvas; comprovadamente, adoro capitulares. Gasto mais minutos do que devia a garantir esta regra.

Pretende ser um espaço de exibição e de partilha. De arquivo e de angariação. Cabe-me, por isso, agradecer ao António Costa, publisher do ECO, por me permitir expor trechos de alguns dos trabalhos e títulos de notícias que assino no jornal. Mas também, naturalmente, às demais entidades com que colaborei, por razões semelhantes.

Este site divide-se em duas áreas verticais: o blogue e o portefólio. No blogue, lançarei conteúdos que não se enquadram nos canais onde normalmente escrevo e publico. Falarei de diversos assuntos, de livros e de podcasts, ou de outras coisas de que me lembre. No portefólio, encontrará o que considero serem alguns dos meus melhores trabalhos de jornalismo.

Bem-vindo ou bem-vinda, e votos de uma ótima estadia. Por favor, não se iniba de comentar.

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